Vantagens e desvantagens de cada forma de pagamento em viagens

Toda e qualquer viagem depende de um ponto crucial: dinheiro. Ele pode até não comprar felicidade, mas compra viagens, o que é quase a mesma coisa. Como sei que você quer economizar o máximo possível quando estiver ‘na estrada’, fiz uma lista com as formas de pagamento mais comuns, suas vantagens e desvantagens para você se informar e viajar pagando pouco.

Dinheiro em espécie

Dinheiro vivo é a melhor opção quando se trata de taxas. Você pode esperar a conversão da moeda do país de destino abaixar e comprar pelo valor mais favorável. Além disso, para comprar dinheiro em espécie, o Imposto sobre Operação Financeira (IOF) é o mais baixo (0,38% no momento da compra) e, durante a viagem, você pode controlar melhor seus gastos, porque não vai ter que gastar mais com a coversão. O problema é que não é o meio mais seguro de levar seu dinheiro. Se acontecer qualquer imprevisto (roubo, perda…), você não tem como recuperá-lo. Independente da duração da viagem, é importante ter pelo menos um pouco de dinheiro.

Se você for para países de moeda forte, compre a própria moeda e faça isso enquanto estiver no Brasil. Em bom português, se você for para os Estados Unidos, compre dólar; se for para países da União Europeia, compre euros; se for para o Reino Unido, compre libras esterlinas. Comprando no Brasil, a cotação será mais justa do que a dos países de destino. Procurando sobre o assunto, li um post do Ricardo Freire, do Viagem na Viagem, que explica muito bem sobre isso (leia o post aqui).

Ele faz um alerta para as pessoas que pensam em comprar dólares para ir para a Europa, por exemplo, e como isso é um erro – o dólar vale mais que o real, mas vale menos que o euro. Fazendo isso, você teria que pagar pela conversão de real para dólar e depois pela conversão de dólar para euro.

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Já no caso de moedas que são fortes, mas não tão comuns por aqui, como franco suíço, dólar canadense, dólar australiano, dólar neo-zelandês e yen japonês, valeria mais a pena fazer compras no cartão pré-pago, pois a cotação é mais cara do que deveria ser, possivelmente porque não há muito dinheiro vivo dessas moedas no Brasil.

Em países de moeda fraca, como os da América Latina, vale mais a pena levar euros, dólares ou até mesmo real. Comprando a moeda do país lá, você pagará menos do que pagaria no Brasil, porque aqui a conversão fica muito cara justamente para tirar o máximo de dinheiro dos turistas que tentam se planejar comprando antes.

Ricardo dá uma dica de ouro para determinar se a cotação é justa: veja a diferença entre as cotações de compra e venda. Se a diferença entre as duas cotações for cerca de 10%, você comprará a moeda por um preço justo; se a diferença estiver na faixa de 20%, ela está cara demais.

Vantagens: IOF menor; você pode esperar a cotação da moeda diminuir; melhor controle de gastos.
Desvantagens: falta de segurança (sujeito a roubos e perdas); falta de praticidade (levar grandes quantidades na mala e não poder comprar pela internet).
Indicado para: viagens curtas e longas (mas não dependa apenas do dinheiro vivo em viagens longas).

Cartão pré-pago

Os cartões tipo travel money têm suas vantagens e desvantagens. A primeira desvantagem é o IOF cobrado durante a carga, que é de 6,38%. Além disso, há tarifas para saque em caixas eletrônicos – nos EUA, a taxa é de US$2,50 por operação, além das taxas do uso do equipamento, que variam de rede para rede.

As vantagens, por sua vez, são que cartões multi moedas permitem que você leve várias moedas para viajar por países diferentes, comprando quando quiser e utilizando as cotações que achar melhor. Você foge da variação cambial e planeja melhor seus gastos, mas a taxa de câmbio nem sempre é das mais atrativas. É utilizado como cartão de débito (sem tarifa de gastos no comércio), permite a realização de compras pela internet, pode ser recarregado por internet banking, dá a opção de acompanhar o extrato online e é mais seguro em caso de imprevistos, pois pode ser reposto em até 72h sem que você perca o dinheiro que tinha recarregado antes. Não é possível parcelar as compras.

Formas de viajar pagando pouco

Entre dinheiro e cartão pré-pago, é sempre preferível dinheiro, porque a taxa de câmbio é menor; mas em intercâmbios viagens muito longas, não dá pra levar em dinheiro vivo a quantia que você vai gastar para todos os meses. Apesar de ter o IOF mais caro, com cartões desse tipo você pode acompanhar a cotação e recarregá-lo quando estiver mais baixa.

Vantagens: praticidade (recarga online, permite compras online, acompanhamento do extrato e a recarga de várias moedas); melhor controle de gastos; sem variação cambial depois da recarga; maior segurança (cancelamento em caso de roubo ou perda e reposição rápida).
Desvantagens: IOF maior; taxa para saque; taxa cambial alta.
Indicado para: viagens curtas e longas.

Cartão de crédito internacional

Essa opção deve ser utilizada apenas para emergências. Além de pagar o IOF mais caro, de 6,38%, em cada compra, você paga pela variação cambial, o que pode ser bom ou muito ruim. A cotação que vale é a do momento do pagamento da fatura, ou seja, não importa se ela estava boa quando você fez a compra, o que vale é a cotação vigente quando você for pagar.

A única vantagem atualmente é que você pode acumular milhas ao utilizá-lo, mas para isso você precisa ter esse plano junto ao seu banco, que já é mais caro que o comum. Preste atenção na bandeira, pois nem todas são aceitas no exterior (prefira sempre Visa ou MasterCard). Uma vantagem é poder pagar depois, o que é bem útil, especialmente depois de ter pagado por uma viagem cara. Em caso de perda ou roubo, ele pode demorar para ser reposto e o seu limite pode ser baixo. A taxa de conversão, no entanto, pode ser mais vantajosa, porque geralmente se baseia no valor do câmbio comercial, que é mais baixo que o valor do câmbio de turismo.

Como viajar pagando pouco

No final do meu intercâmbio, tive que usar o cartão de crédito para cobrir alguns gastos. Usei ele durante menos de uma semana e eu te garanto que a surpresa que tive ao ver a fatura não foi nada agradável. Evite esse método, em especial agora, nessa época de instabilidade econômica que estamos vivendo no Brasil.

De qualquer forma, sempre leve seu cartão de crédito internacional em viagens (lembre-se de desbloqueá-lo no seu banco para o uso no exterior), mesmo que não vá usá-lo. É uma opção para emergências na qual você paga a fatura apenas depois, e, além disso, ele é necessário para algumas operações, como aluguel de carro, que exige caução.

Vantagens: praticidade (permite compras online e pagamento posterior); taxa cambial mais vantajosa; maior segurança (cancelamento em caso de roubo ou perda); pode acumular milhas.
Desvantagens: IOF maior; não há controle de gastos; sujeito à variação cambial; demora na reposição em caso de roubos e perdas.
Indicado para: emergências.

Conta no exterior

Essa é uma opção que eu mesma nunca tinha pensado até pouco tempo atrás, até que li esse post do Denis Carvalho, do Melhores Destinos. Ele explica que quem tem uma conta no Banco do Brasil ou HSBC tem a possibilidade de abrir uma conta no exterior através do próprio banco. No caso do Banco do Brasil, você pode solicitar a abertura de uma conta na filial norte-americana do banco, o Banco do Brasil Americas. Você pode ter a conta corrente sem pagar tarifa se tiver no mínimo US$1.000 de saldo. Basta transferir o valor desejado da sua conta do Brasil para a outra conta pela internet com o IOF mais baixo (0,38%) e conversão baseada no dólar comercial. Você receberá um cartão de débito e poderá fazer tudo com ele, desde compras online até saques sem tarifa em caixas eletrônicos específicos.

Os clientes do Banco do Brasil podem solicitar a abertura por e-mail, buscando as informações aqui. Clientes HSBC têm a opção de abrir uma conta nos Estados Unidos e vários outros países.

Vantagens: IOF menor; praticidade (todas as vantagens de cartões: permite compras online, acompanhamento do extrato, saques); taxa cambial mais vantajosa; maior segurança (cancelamento em caso de roubo ou perda).
Desvantagens: trabalho extra para abrir a conta.
Indicado para: viagens curtas e longas.

Conclusão

Em resumo, você deve analisar quais formas de pagamento funcionam melhor para você. Não há uma receita pronta para todos os viajantes, mas sim meios que são mais vantajosos para cada pessoa. A conversão anda bem difícil para nós, brasileiros, principalmente para dólar, euro e libra. Além disso, o IOF acrescenta um valor considerável em qualquer compra. Para evitar imprevistos e conseguir a melhor conversão, o ideal é adotar mais de uma forma de pagamento.

Você tem alguma história ou experiência com métodos de pagamento no exterior? Conte pra gente!

Escrito por , jornalista e tradutora que ama conhecer novas culturas e viajar, seja com os livros ou com a mochila nas costas. É criadora de Conteúdo no WePlann.

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